Revista Philomatica

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

A política torva e sanhuda e a censura lulista

Machado de Assis, ainda jovem, no início de sua carreira jornalística, foi convidado por Quintino Bocaiúva a colaborar para o jornal Diário do Rio de Janeiro. Isso ocorreu lá pelos idos de 1861. No Diário, Machado gozava de relativa liberdade ao produzir os Comentários da Semana, a série de crônicas ali redigida e que, não raro, chegou a substituir o editorial do jornal. Nelas, Machado fala das novidades teatrais e literárias e, sobretudo, de política, assunto que vai absorver o essencial de sua atividade de jornalista a essa época. Acontece que a essa mesma época, houve a aproximação dos liberais e conservadores moderados, com a formação da Liga Progressista e, em maio de 1862, o governo é posto em minoria de um voto. Talvez por isso o Diário do Rio de Janeiro, jornal liberal, em manobra tática, tenha decidido moderar os ataques. O Machado corajoso, idealista, engajado e ativo "se mostrou desgostoso da política, da qual se afastou ou da qual foi afastado", conforme afirma seu biógrafo Jean-Michel Massa. Em crônica de 10.10.1864, Machado retorna ao Diário com uma nova série de crônicas - Ao Acaso, publicada entre os anos de 1864 e 1867. No entanto, nesse novo espaço reservado ao folhetim, onde o cronista fala de literatura e das artes em geral, é possível sentir sua autocensura quando, sem querer, resvala na política. Nessa crônica, por exemplo, é explícito: "Aí vou eu entrando pelo terreno da política tôrva e sanhuda. Ponto final ao acidente."

Ora, hoje, quase um século e meio depois, a tecnologia é enorme, mas acreditem, a censura, tal qual erva daninha, persiste. A liberdade de imprensa convém quando satisfaz a interesses próprios, caso contrário, recorre-se à justiça - que nesses casos não usa aquela venda nos olhos e por isso se mostra nada imparcial, para fazer calar uns e outros que incomodam. Falo da censura ao blog de Adriana Vandoni (http://www.prosaepolitica.com.br/). Ali, a jornalista teve sua opinião censurada pelo atual governo e o leitor pode ver a tarja com o nome do juiz que aplicou a sentença. Até aí, nada de novo, o Estadão também está sob censura desde o escândalo que brotou do feudo do Sr. Sarney e família. Vê-se que sanhuda, ou seja terrível, é também a censura - temível e milenar. Dias desses comentei aqui sobre a destruição de livros, outra forma de censura.

Felizmente, hoje, essa censura sorrateira parece um tiro saído pela culatra que, quando não acerta o pé, vai direto para a cara mesmo. Explico-me, o texto censurado está pipocando na Internet, através de mailings. Por isso, resolvi reproduzi-lo abaixo. Ato solidário porque, afinal, também gosto de falar quando tenho vontade.

Veja abaixo o texto que foi censurado pelo governo Lula.
Publicado por Adriana Vandoni em 10 novembro, 2009.






Já tivemos presidentes para todos os gostos, ditatorial, democrático, neo-liberal e até presidente bossa nova.Mas nunca tivemos um vendedor de ilusão como o atual.
Também nunca tivemos uma propaganda à moda de Goebbels no Brasil como agora. O lema de Goebbels era uma mentira repetida várias vezes, até se tornar uma verdade.
O povo, no sentido coletivo, vive em um jardim de infância permanente.
Vejamos alguns dados vendidos pelo ilusionista.
O governo atual diz que pagou a divida externa, mas hoje, ela está em 230 bilhões de dólares.
Você sabia ou não quer saber?
A pergunta é: pagou? Quitou? Saldou? Não.
Mas uma mentira repetida várias vezes torna-se verdade.
Pagamos sim, ao FMI, 5 bilhões de dólares, o que portanto mostra apenas quão distante estamos do que é pregado para o povo.
Nossa dívida interna saltou de 650 bilhões de reais em 2003, para 1 trilhão e 600 bilhões de reais hoje, e a nossa arrecadação em 2003, ano da posse do ilusionista que foi de 340 bilhões, em 2008 foi de 1 trilhão e 24 bilhões de reais.
Este ano a arrecadação caiu 1% e, olhem bem, as despesas aumentaram 16, 5%.
Mas esses dados são empurrados para debaixo do tapete.
Enquanto isso os petralhas estão todos de bem com a vida, pois somente com nomeação já foram 108 mil, isso sem contar as 60 mil nomeações para cargos de comissão. É o aparelhamento do Estado. Enquanto isso os gastos com infra-esturutra subiram apenas 1%, já as despesas com os companheiros subiram para mais de 70%. Como um país pode crescer sem em infra-estrutura, sendo essa inclusive a parte que caberia ao governo? O PT vai muito bem, os companheiros estão todos muito bem situados, todos, portanto, estão for a da marolinha, mas nós outros estamos sentindo o peso do Estado petista ineficiente, predador e autoritário. Nas áreas cruciais em que se esperaria a mão forte e intervencionista do governo, ou seja, na saúde, educação e segurança, o que temos são desastres e mais desastres, mortandades. O governo Lula que fala tanto em cotas raciais para a educação, basta dizer que entre as 100 melhores universidades do mundo, o Brasil passa longe. Já os Estados Unidos (ETA capitalismo) possuem 20 universidades que estão entre as 100 melhores. O Brasil não aparece com nenhuma. São números.
O governo Lula também desfralda a bandeira da reforma agrária. O governo anterior fez mais pela reforma agrária que o PT, mas claro, esses números não interessam. Na verdade não deveriam interessar mesmo. Basta dizer que reforma agrária é mais falácia do que coisa concreta em beneficio da sociedade. Se querem saber, em todos os países onde houve reforma agrária, logo em seguida se tornaram países importadores de alimento. A ex-URSS, Cuba e China são exemplos claros do que estou afirmando.Mas continuamos com o discurso de reforma agrária. A URSS quando Stalin coletivizou a terra, passou a ser importadora de alimento e consequentemente a ser um dos responsáveis pelo aumento do preço do alimento no mundo. Entendam. Cuba antes da comunização com Fidel, produzia 12 milhões de toneladas de açúcar do mundo, hoje não produz nem 2 milhões. A Venezuela tão admirada por Lula produzia 4 mil kg de feijão por hectares, depois da reforma agrária praticada pelo coronel Hugo Chaves só produz 500 kg por hectares. Mas os socialistas não sabem nem querem saber dessas questões, o trabalho que dá para produzir, para gerar alimentos, isso porque eles tem a sociedade para lhes pagar o salário, as contas e as mordomias, além de dinheiro do contribuinte para colocar comida na sua mesa. Mas eles não sabem nem querem saber sobre o que é produzir, cultivar, plantar alimentos. Pois bem, os companheiros acreditam nos milagres da reforma agrária. Dizem que estão mudando o país. É para gargalhar. Agora incrível, e hoje está mais do que comprovado, que a diminuição dos impostos nos setores de eletrodomésticos fez o comércio e indústria neste setor produzir e vender mais. O aquecimento na venda de carros também surtiu efeito com a redução de impostos. O que fica definitivamente comprovado que imposto nesse país é um empecilho ao Progresso e ao desenvolvimento. Mas o discurso dos petistas é outro. Ou seja, uma mentira repetida várias vezes torna-se verdade.
É o ilusionismo de Lula.

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